A ideia da viagem está tradicionalmente associada à mudança, muitas vezes profunda. É justo. Voltamos diferentes pois, afinal, viajamos por isso. Retornamos enriquecidos ou piorados, melhorados ou danificados. De qualquer maneira, inexoravelmente transformados. Mas tudo muda, até a própria mudança. A época do Grand Tour passou definitivamente e viajar tornou-se simples demais, um produto ordinário que já não apetece como antes. A aventura não é mais aventurosa, assim como os livros não criam mais as desejadas asas mágicas estendidas para o além. Isso não vale para todos, é claro. Há sempre uns obstinados que mantêm alguma visão romântica, cientes de que vão ser zoados ao mencioná-la. Saibam então os novos sonhadores que os tesouros dos piratas hoje podem ficar tranquilos nas ilhazinhas, em baixo das três palmeiras de sempre. Tenham certeza de que os baús permanecerão bem abandonados e seguros, sem precisar escondê-los cuidadosamente. Nada mais de galeões imaginários, nem mesmo os barc